"Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser". (JEAN PIAGET)
Elieuza Aparecida dos Santos
Segundo a teoria Piagetiana, a criança para aprender deve estar pronta, isto é, ter uma maturação biológica e uma condição psicológica equilibrada para a aquisição do conhecimento durante o seu desenvolvimento cognitivo. Trata-se de um processo ativo de interação com o ambiente e objeto. Pode-se assim dizer, que a criança é um sujeito ativo no processo de construção do seu próprio conhecimento. E ainda, cada criança tem seu ritmo próprio de aprendizagem (ritmo biológico). Para Piaget (1975), este ritmo aliado ao esquema próprio de ação do sujeito, irá construir o campo simbólico e desenvolver as estruturas cognitivas (por meio de estágios ou fases) que se sucedem sempre de uma mesma ordem, mas que devido às diferenças individuais, estas fases podem ser alcançadas em idades diferentes, em momentos distintos ou estacionar em determinado ponto do desenvolvimento. Quando há um déficit que impedi a criança de assimilar e acomodar o que deveria ser apreendido, tal condição pode ocasionar o atraso ou fracasso no processo de aprendizagem. Assim, é necessário que o psicopedagogo quando identificar sintomas que são indícios de uma ou mais dificuldades na aprendizagem, faça um prévio diagnóstico da razão desses sintomas e sua relação com as dificuldades de aprendizagem, antes de encaminhar a criança para profissionais de outras áreas como psicólogo, neurologista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e outros, que de forma interdisciplinar também tratam dessa problemática. Para isso, é imprescindível que psicopedagogo conheça o funcionamento do corpo e do cérebro e fazer a relação desses conhecimentos com o histórico de desenvolvimento da criança e seu contexto de vida, para saber qual profissional indicar e, até mesmo, qual seria o propósito da intervenção numa situação desse gênero. Dentre os transtornos de aprendizagem, temos a discalculia. A criança com esse transtorno tem várias habilidades prejudicadas, como habilidades linguísticas, perceptivas, de atenção e a própria habilidade matemática. Suas causas podem ser neurológicas, emocionais e cognitivas. A criança com discalculia é incapaz de visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto, conservar quantidade, sequência de números, estabelecer correspondências uma a uma, dificuldade em lidar com conceito de tempo, identificar lateralidade, incapacidade de fazer o manuseamento de número e quantidade e, ainda é incapaz de apreender e racionar conceitos, regras, fórmulas e sequências matemáticas. ______________________________________________________________________
Referências Bibliográficas
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
SAMPAIO. Simaia. Dificuldades de Aprendizagem- A Psicopedagogia na relação sujeito, família e escola. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.
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"O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas". (Jean Piaget)
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